sábado, 17 de maio de 2008

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Desta vez vou precisar da ajuda do leitor: experimente deslocar a seta do rato para cima do "player" de música. Agora seleccione o "stop": o símbolo quadrado. Muito bem, diga-me o que ouve! Hmm... não é bom?

Por vezes o silêncio sabe melhor que qualquer música, qualquer voz, qualquer som. Toda a gente fala ao mesmo tempo, toda a gente berra, o telemóvel não para e todos continuam a falar e as coisas correm mal, de vez em quando (o que é normal, fora aquelas situações em que nos esforçamos por algo e depois de tudo resta-nos apenas uma enorme vergonha para fazer companhia à frustração) e todos pensam que devem dizer ou fazer alguma coisa e continuam a falar e a gesticular! Já mencionei que o telefone toca?! Que toca muito?! Que parece que tem um sensor de necessidade invertido: quando se precisa de descanso ele toca demais e quando se gostava de falar, ninguém responde?! Talvez eu seja do contra! Hoje escrevo muito, não é? Sempre que as coisas correm pior eu escrevo. É pelo que não digo e pelo que não me apetece dizer. Aproveita-se e ocupa-se a cabeça com algo que escrever, evitando pensar no que está a sentir, nos tremeliques que ainda tem e que não consegue compreender. Já alguém se questionou porque é que há quem funcione muito bem sob stress na maioria das coisas? Faz algum remoto sentido? E se eu disser que sou uma dessas pessoas?! Bonito, não é? Mas há uma excepção, uma única coisa que não consigo fazer de modo algum. Pior: uma que adoro! Aquela que me ajuda a pensar em tudo o resto, que não me faz esquecer os problemas mas me dá capacidade de os ultrapassar. Essa é das poucas coisas que deve ser feita em público e a única que não consigo! A minha "vida metade" se tal expressão existisse, e a única que não me sinto, de forma alguma capaz de fazer! Depois tento por as culpas para cima de alguém mas, se ela, de facto, existe, é toda minha. Dá vontade de desistir. Desistir de uma coisa tão... realizadora só porque nos pontos mais importantes me espalho ao comprido! Parvoice! Estupidez! Deve-se continuar a tentar, certo? Já tentei! Mais e mais e mais e mais! (Já mencionei que o telemóvel toca?! Lá está ele outra vez!!!) AAAAHH!!!

Silêncio.

Mais 5 minutos em silêncio e fico pronto para voltar a enfrentar tudo isto. Sim, eu sei, antes bastassem 5 minutos de silêncio para resolver qualquer problema! A malta bem tenta com 1 fazer qualquer coisa pelos mortos e dá algum resultado?! Não os vemos aí outra vez pois não?! Lá está! Daí os meus 5 minutos de silêncio não me darem nova oportunidade. Já lá vai. Não fui capaz, uma vez mais. Serei algum dia?! Vou reflectir nestes minutos que terei assim que guardar o telemóvel num local muuuito distante, pode ser que chegue a alguma solução. Ao menos, falhar redondamente outra vez serviu para alguma coisa. Tal como com os mortos. Pensar no que se fez até aqui, nas razões para continuar e no bem que saberá uma boa conquista que espero, um dia, vir.

2 comentários:

D.G. disse...

Preocupação... foi o que o silêncio da leitura da última postagem suscitou em mim.

Primeiro que tudo, desculpa. Fui certamente causadora do errante "telefone a tocar".

Depois disso... huh... fiquei sem saber tanto qual é essa grande coisa... tanto porque continuas a querer fazer tudo sozinho.
Sabes? Isso não é sinónimo de independência. Não é mesmo. Alguém independente estabelece e programa as coisas da sua vida pela sua cabeça e juízo, estando aí incluido a altura em que a sua reflexão lhe diz: 'ta na hora de pedir ajuda!

E mais não digo... porque o que ficou por dizer leste tu nas entrelinhas, restando-me agora esperar.
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D.G. disse...

Maçã Mi de ouro... passei para que quando visses que tens um comentário sorrisses... e para que sentisses, mesmo, que há coisas que superam os percalços, e as chatices, e as comichões, e as pequenas dores.
Boa noite!
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