segunda-feira, 20 de abril de 2009

Um voluntário à força para desistir

Lamento mas não conheço os Dr1ve que se mostram em muito bom estado na última do pepitas. A Lúcia Moniz, também lá para o meio, dispensa apresentações. Vai daí, conclui-se que não temos introdução musical hoje e podemos passar directamente para a Homilia.

A tecnologia trouxe coisas inimagináveis tais como o TAC, a luz eléctrica, o paracetamol, o leitor de mp3 (para muitos, paracetamol), o telemóvel e o lança-mísseis. Fez com que fosse possível sair à noite escolhendo se queremos andar às apalpadelas. Antigamente, não havia escolha salvo se estivesse lua cheia e mesmo assim às vezes abria-se uma excepção. Aumentou a esperança média de vida pelo que somos capazes de ter mais tempo para ouvir uns concertos jeitosos (de 5 gajos que arrepiam como o de uma quinta feira cujo nome começa com "Vo" e acaba com "zesdarádio") e alguma musiquinha no mp3 como o meu que hoje ainda mal saiu dos meus ouvidos (mas baixinho para ouvir bem). Trouxe-nos a magia da partilha tipo twitter: a todo o momento podemos dizer qualquer coisa a alguém e quando não conseguimos sentimo-nos desesperados. Trouxe-nos a magia do "já não sei esperar" e a do "se não me respondes dentro de 1 minuto mando-te um toque". Deu-nos uma noção do realmente imediato. O que é um percurso de 10Kms actualmente? O que são mesmo os 10 minutos de pausa matinal para o café? Tanto se pode fazer em 10 minutos e em 10Kms que o meu dia de 24h pode parecer de 26. Posso simplesmente, com uma dose ligeira de força numa meia dúzia de botões e um bocadinho de criatividade, gerar um sorriso numa cidade longínqua ou do outro lado da rua ou posso ainda usar esse tempo para não o fazer. Acabo o dia num frenesim sem nunca desistir de mais um segundo mas começo a aperceber-me que preciso que a humanidade evolua mais depressa. Criem os clones depressa! Daqueles com actualizações que me fazem ter vivido tudo o que vivi mais o que o que viveu o meu duplo... Não dá e vejo-me obrigado a desistir. Só me lembro de desistir de uma coisa: do ginásio. Houve uma sensação de incapacidade... mas passou depressa com o tempo que não gastava a cansar-me e que podia aproveitar para, sei lá, descansar! Mas desta vez é diferente. Ouso dizer que é a primeira vez que digo "Desisto", o assumo e me faz diferença. E que diferença...

terça-feira, 14 de abril de 2009

Barrocos

Hoje, apesar do trabalho intenso, lá se arranjou um minuto para vir dar a conhecer a algum perdido que aqui passe a notícia que por aí circula. Georg Friedrich Händel morreu há 250 anos. Mais uma data, mais um pretexto para celebrar não a sua morte mas a sua existência, como aliás sucede com todos os aniversários. Alguns merecia ser (ou ter sido) assinalados mas falharam. Visto tratar-se somente de um pretexto podemos sempre festejar noutro dia (ou simplesmente não festejar). Curiosidade: Este outrora jovem senhor muito passeado morreu... cego! É verdade, parece sina de músico famoso: morrer sem um dos sentidos. Aconteceu o mesmo com o Beethoven embora esse tenha sido ainda mais irónico. Os outros milhões é que fugiram à regra, sacanas.
Morreu em Londres tendo sido sepultado na abadia de Westminister , local onde disfrutei recentemente de um concerto divinal por meia dúzia de putos de 7 anos acompanhados pelos senhores que tomavam conta deles (sendo que no fim eles é que tomaram conta de todos os que os ouviam), sentado numa cadeira de alto patriarca do clero. E à borla, claro!

Ficam na maravilhosa companhia dos Swingle Singers a representar o alemão de uma forma que ele provavelmente não gostaria mas que nós (ou simplesmente eu) agradeço por existir!

segunda-feira, 6 de abril de 2009

Ideias manhosas

Uma vez mais tive uma ideia que pensei ser única mas demorei demasiado tempo a aplicá-la. Ao que parece já existe uma empresa que trata disso! Estava eu todo contente a projectar um sistema que me abrisse o armário da roupa quando soubesse que eu estava por perto e que fechasse quando eu fosse embora. Poupava tempo? Não! Mas poupava a vozinha da mãe a berrar "Estas portas estão sempre abertas!!!".

Estava a dizer que já há uma empresa em Paredes (sim Alheira, já sei que paredes é que rula e claro que uma merda destas tinha de ser em paredes e tudo e tudo e tudo) que já faz uma história parecida. "Armários abre-te sésamo" como diz o título da notícia:
Notícia Aqui
A entrevista está engraçada. A ideia não é exactamente a minha - estava a pensar usar RFID ou um detector de movimento. Mas estes senhores vão muito mais longe. "As gabietas, com um simples toque, abre totalmente 100% e(...) feicha completamente". Note-se que as gabietas abre! e as gabietas feicha!

-"São electricas?"
"Não, é magia!!! Quers ber?!" (devia pensar o senhor)

"E esta báscula?"
"Este BASCULANTE!(...)"

"Se quiser comandar pru boz, chama e a roupa vem". Isto poupa logo uns minutos na cama! Ora a camisola quero que venha ter ao meu tronco, as calças às pernas, as meias directamente aos pés. Depois é só levantar.

"Às vezes chegamos ao ponto de saber de que lado é que a senhora quer as suas arrumações ou o marido..." ("Olhe, eu queria um espaço para as calças ali em baixo e em cima quero meter as camisolas. De lado deixe-me um compartimento ligeiramente mais alto para guardar os vestidos e para arrumar o meu marido.")
Mas afinal só fazem roupeiros para senhoras?! E essa história do papel na sociedade?

Esta história está mal contada... "Vamos à música": Norton, cachopos de Castelo Branco que decidiram dar 10 a 0 ao fazer renascer o "Pump Up The Jam" dos Technotronic. Para quem quiser comparar aqui está a original:
Technotronic - Pump Up The Jam

quinta-feira, 2 de abril de 2009

Trivialidades

No fim de um dia de correria, sem tempo sequer para almoçar, as trivialidades são sobrevalorizadas. A caminho da quase inigualável beleza da ribeira portuense para jantar com "a malta" olho por cima do ombro para o dia que lá olho melhor para o café matinal ao sol da esplanada do silencioso bar dos alunos num recanto da faculdade. "Pum. Ouviste isto? Foi a minha cabeça". No fim de ter andado a fugir por recantos escondidos a correr atrás do trabalho fui apanhado por uma larga conversa com amigos desaparecidos. (Talvez me tenha encontrado no seu desaparecimento.)

Tento ganhar força para aguentar uma noite de folia no meio da minha podridão de cansaço. "OLHA (inspiração curta e precipitada), o setecentos e quatro!!!" - dizem ao correr na passadeira com o sinal prestes a "encarnar". (encarnar: v. tr. Dar a encarnação a.,. cevar (o cão) em carniça (para o habituar à caça). v. intr. Assumir (a Divindade) a natureza humana, criar carne. v. pron. encarniçar-se (o animal na presa), meter-se pela carne ...ficar encarnado?) Um dia diferente, desta vez feito das coisinhas que não abalam ninguém, que não são minimamente marcantes como os grandes eventos nem imploram por que não as esqueçamos... mas das que me lembro.
Um dia bom. :)


[Não sou grande fã de Norah Jones... Mas hoje andei com esta música na cabeça o dia quase todo!]

PS: e o mosfet*! Como é que me esqueci de referir o "mosfet*"?! Não é um nome porreiro para se chamar a alguém mas para quem não conhece confesso que é engraçado...