sexta-feira, 11 de dezembro de 2009

Dia de passeio

No domingo passado estava mesmo um belo dia de passeio. Isso também pela companhia que me acompanha nas cantorias destas musiquinhas que giravam no leitor de cassetes do carro nas viagens grandes para o Alentejo. Os Rio Grande não metiam água e eram, de facto, grandes. Cada canção dá mais para pensar e lembrar e é demasiado agradável ao (meu) ouvido para ficar de fora do pepitas.


quinta-feira, 29 de outubro de 2009

Bitlas

Os Bitlas, como diz a minha mãezinha, dispensam apresentações até porque já falei deles noutro dia. Ontem estava todo contente a ouvir musica no meu telemóvel, visto que o mp3 avariou, isto depois de ter entornado meio litro de cera de uma vela no computador. Entretanto lá deu esta musiquinha que eu sabia ter lá para o meio. Deu-me um "chelique" (aquela coisa engraçada que me dá às vezes) e aquela "In my life" nunca tinha feito tanto sentido... Ao que parece, a música tem influências barrocas e tal mas a música em si, ao contrário do que é costume, só se manifestou depois porque aquela letra entrou como a micas a escavar o granito da baixa portuense.

There are places I remember
All my life though some have changed
Some forever not for better
Some have gone and some remain
All these places had their moments
With lovers and friends I still can recall
Some are dead and some are living
In my life I've loved them all

Though I know I'll never lose affection
For people and things that went before
I know I'll often stop and think about them
In my life I love you mooore.



Sejamos honestos, os senhores levavam jeito para a coisa!

segunda-feira, 21 de setembro de 2009

Sina

Não percebo a malta do Brasil! Nunca há tristeza por aqueles lados. A sua música tem um toque de melancolia, de reflexão e até a pseudo-tristeza é demonstrada por ritmos mexidos.

Ouvi esta ontem pela segunda e terceira vezes. Da primeira fiquei um nadinha desiludido porque a Eloa a cantar isto é outra coisa... Da segunda derreti.

Deixo a original do Djavan. Não é a mesma coisa mas dá uma ideia...

Pai e mãe, ouro de mina
Coração, desejo e sina
Tudo mais, pura rotina, jazz
Tocarei seu nome prá poder falar de amor

Minha princesa, art-nouveau
Da natureza, tudo o mais
Pura beleza, jazz

A luz de um grande prazer é irremediável neon
Quando o grito do prazer açoitar o ar, reveillon

O luar, estrela do mar
O sol e o dom, quiçá, um dia a fúria
Desse front virá lapidar
O sonho até gerar o som
Como querer caetanear o que há de bom


O problema é que depois não sai da cabeça...

sábado, 12 de setembro de 2009

sem assunto mesmo.

Só agora que já estou instalado consigo ter os tampões nos ouvidos que me trazem as notas hipnóticas tão desejadas, no conforto e privacidade do meu cantinho.

Hoje tenho uma música! Seria a ideal para meter no pepitas: é aquela que me está na cabeça desde ontem e vai tocar em recantos onde muita música já não ía há algum tempo. O baixo consegue aglutinar os agudos da harmónica, os sons redondos do sax. e do piano e o estridente da guitarra e quase fazer esquecer os pratos discretos, lá no fundo. E aquela sexta da harmónica que me dá um esticão nas costas e uma massagem a seguir?! Ouço-a em loop no computador, no telemóvel ou no mp3 porque, como se não bastasse a espetacular simplicidade, a letra derrete o mais duro dos metais. Foi mais original que uma carta ou que uma fotografia.
Se já é geral o sentimento de inveja, segue-se a má notícia: não digo qual é a música. Esse é o meu canto, hoje e nos próximos tempos... Mas fica o caro leitor a saber que ainda há música assim, capaz de resolver o mais complexo dos problemas.

Deixo outra, gira, divertida, calma, mas de incomparável profundidade... nem história.

sexta-feira, 28 de agosto de 2009

Anda por aqui uma confusão...

Entre apertos e esticões, sabendo só por certo que não há certezas, nem há tempo para ouvir muita música. A única que entra é o rap italiano manhoso que paira no ar da entrada da pousada onde me encontro por mais tempo do que desejava. Às vezes lá se pega no mp3 para dormir com o fio enrolado à volta do pescoço e que, ainda assim, consegue compensar. Ontem pegou-se na guitarra e os discos pedidos foram Coldplay. Não gosto de falar em dúvidas portanto vou pensar com mais certezas antes de comentar qualquer assunto.
Ontem, quando fomos tocar à praça, as 2 alemãs disseram que as músicas preferidas delas eram "In my place" e "Clocks". Eu estava a tentar tocar esta. Tocar até tocava mas não sei a letra toda... :S Foi o que saiu!

quinta-feira, 20 de agosto de 2009

Noites de verão

A blogosfera tem um comportamento típico nesta altura de férias de verão: ou não se escreve no blog porque se está de férias e o tempo é todo usado na árdua tarefa de descansar (para os mais sortudos há umas bricolages caseiras ou umas férias no meio do nada onde nem o kanguru tem rede na bolsa) ou se escreve sobre... as férias! Embora goste, desta vez não vou ser diferente

No meu caso as férias começaram com um exame! Depois de um passeio foi o "estágio" do Mesa do Canto que culminou num concerto na Casa do Alto com o luxo de uns programas originais e uma ou outra música nova; enfim, um todo que me encheu as medidas e me deu aquele gozo que relembra a razão de me meter em tudo ao mesmo tempo. O engraçado veio depois! Arrumou-se o espaço, umas curtas conversas, algumas curtas conversas de despedida por uns meses, autografos para os quais alguém fez questão de deixar espaço no programa, continuar a arrumar o espaço, vestir e tal... 1h depois, já as perninhas da Cátia e da Magui tremiam da espera, lá conseguimos ir tomar café. Vamos aqui, vamos ali, kebabs para aquecer, ah, e agora... pfff... vamos... ora, vamos ao piolho. É, em caso de dúvida, piolho. Pois, não é muito original, mas acontece. Pior: chegados ao piolho pede-se um favaitos e pimbas, lá está o senhor a pedir que nos retiremos porque vão fechar! Prestes a levantar, inconformados com a pouca sorte de uma noite tão curta, ouvimos alguém cantar. Ei lá, cantam bem! Era polifónico, erudito, sem dúvida, pelas quintas que lá vingavam. Era um grupo de 7 ou 8 pessoas numa roda pequena, muito aconchegada, a cantar uns para os outros. "Vamos picar!" Juntámo-nos numa igual, nós os 5 e os restantes amigos que lá estavam. Os opostos atraem-se mas pelos vistos os semelhantes também! Lá nos juntamos e passamos a noite a cantarolar, embora em escalões diferentes (porque parece que afinal não eram amadores e descemos à nossa humilde condição de benjamins) mas com uma diversão incomparável e inesquecível. Reinaram as músicas inglesas mas também houve fado pela Furinhos numa representação que abririam os olhos dos senhores que escolhem as musiquitas fuleiras do festival da canção!

Enfim, uma noite acapella que foi um optimo final antes deste virar de página. Essa noite e outras tantas mas isso "é entre eu e a mariquinhas", como diziam das vozes da rádio. Esses passeios à barragem que nunca terminaram por medo do escuro, jantares de despedida intermináveis numa mistura de "adeus Porto" com "olá lasanha" e um ou outro passeio ou caipirinha que são para repetir.

quarta-feira, 15 de julho de 2009

Rapidinhas

Todos querem mais Volume...



Sergio Mendes não sei porquê. Esta nem faz muito o meu estilo...

Peito, estala, bate; peito, estala, peito, bate.
Algo que dentro de uns dias fará todo o sentido para alguns...

quarta-feira, 8 de julho de 2009

ArrivederCi


"Nasceu num dia de um mês, no ano da graça de 1989, notando-se logo a irreverência natural, com a mania de ser sempre um ano mais novo que os amigos.

Desde cedo se adivinhava a sua tenacidade pois, aos 5 anos de idade, ele matou e violou (nesta ordem) a vizinha do 3º esquerdo apenas porque tinha deixado a luz do corredor ligada muito tempo, com o perigo de aumento das mensalidades do condomínio. Aos 13 anos, e tendo já conquistado a taça Uefa de badminton, ter tornado orfãs 78 crianças na guerra do Kosovo (a 1ª, a 2ª foi demasiado fácil), decide levar uma vida mais calma, tendo-se inscrito no ensino “público” português na E.S. 2.3 da Maia, ao mesmo tempo que começava com as suas aulas de guitarra.

Os anos foram passando e ele foi crescendo, tanto em altura como em cabelo, tendo deixado a sua marca em várias associações estudantis, associação de apoio à vítima e sindicato mineiro de explorações transmontanas. Aos 17, farto da falta de desafios terrenos, decide explorar novas aventuras, dignas de deuses, ao se matricular no novíssimo MIEEC, na FEUP. Mudado o nome para “Volume” e célebre pelos seus cafés no DEEC (ou qualquer máquina, indiscriminadamente), chegou a ser apanhado com 2 chiclas nos bolsos, um pacote amarrotado de açúcar, um rolo de papel higiénico e cerca de 0,2 mg de sangue na cafeína (dizendo ele aos transeuntes que nesse dia vinha “leve”).

Numa fase posterior gravou o Beijo do Dragão, fazendo a personagem de Jackie Chan no filme quando actuou de capa à ninja montado na sua moto.Convém salientar aqui as abufadeiras que a moto tinha. Eram umas boas abufadeiras... fruto do casamento do Quim do talho com a Maria da farmácia (aquela da Rua que sobe e desce).Tendo encontrado o seu inimigo mortal – O Indiano Paranóico – com o qual protagonizou a célebre frase “O que conta é a intensão”, decidiu persegui-lo, depois de este lhe ter negado a participação na sequela do filme “Fundamentos de Telecomunicações 1”, até Itália, tendo-o encurralado em Roma.

Que aventuras esperam esta ovelha indefesa (e Portuguesa) separada do seu rebanho? Para saberem o desfecho vão à missa das 9, em Lattutta Pileccata, onde todos os dias é rezada uma missa em honra deste personagem."

Assim rezava um texto recitado na pala do DEEC pelas 01:00 da madrugada de ontem. Inesquecível.

Só para esclarecer a do indiano: "Então meninos, aqui o o mais importante é a corrente ou a tensão?""Ó professor, o que conta é a intensão".


Porquê "Chiclete"? Estava a dar na rádio! "A vida é como uma chicléte"... nalgumas o sabor nunca acaba! xD

domingo, 28 de junho de 2009

Deja-vú II

Ultimamente tenho tido muitos mas um deles foi precisamente com estes sons a badalar no meu cérebro.

Levantar bem cedo e seguir para os jardins do palácio são os meus planos para o início da manhã. Já falei com a Belle e ela vem comigo, nos ouvidos, no autocarro. Gostei tanto dela que me armei em artista de cópia e já comecei com a transcrição/arranjo vocal! Quem sabe não se ouça um dia destes numa mesa de um qualquer canto.

terça-feira, 23 de junho de 2009

Episódios

Permitam-me desviar ligeiramente este blogue do seu rumo e designação (blogue musical) mas passou-se um episódio digno de relato!

(leiam tuuudo porque a música que eu queria começa aos 2 minutos e 10 segundos! Notam o primeiro acorde da "Etelvina" no fim da "Ribeira by day"?!)

Há uns dias perguntaram-me porque raio havia técnicos de engenharia e Engenheiros! Que não fazia sentido porque era tudo a mesma coisa! Pois bem, caros leitores, eu disse que não mas nem me dignei a detalhar as diferenças que tão escandalosamente se pavonearam hoje à minha frente.

Acaba de sair um senhor de uma certa empresa cujo nome não me apetece divulgar para evitar que venham cá parar 1/1000 das pesquisas do Google com esse nome. Para esclarecer, começa com "z" e acaba com "on" e fornece serviços de televisão por cabo, sendo que o referido senhor veio instalar uma "box". Levei-o aos anexos cá de casa e foi aí que ele teve o seu primeiro momento brilhante:

"Isto é um anexo" - constata.
"...Cunfere!" - respondo eu.

2º momento logo de seguida:
"Bem, preciso de uma ficha" - quando tinha uma na mão.
Confuso, ao fim de uns segundos consegui perceber e perguntei - "Uma tomada, quer dizer?!"
Não me respondeu, não sei se por desprezo ou por vergonha...
Quando fui tratar desse assunto diz-me, rodando a ficha no ar à sua frente tal cowboy de instalações electricas a brincar com a corda que usa para apanhar os mausões:

"Isto não dá."

Simples, curto e conciso. Sorte que eu percebi o que o apoquentava. Tentei arranjar solução, como projecto de bom engenheiro que espero ser. "Há outra televisão..."
Fomos ver, era no cimo de um armário...
"Mas é mais complicadito de montar..." - Diz aqui o senhor Volume.
"Ui, mas isso eu não monto! Monta você!" [lamento mas ainda não consigo comentar esta]

...

Eu lá me contive, sorri-lhe honestamente e mudei de forma quase instantânea para a minha cara de enjoado:
"Então deixe aí que eu trato disso"
"Não posso! Tem de ficar instalada." - respondeu-me, sendo que esta última palavra foi dita com uma dicção digna daquelas senhoras do LOTO quando dizem os números por algarismos!
"A outra não dá, nesta você não instala nem me deixa fazer o seu trabalho... que opções restam?" - Comigo já a deixar transparecer um nadinha do meu descontentamento.
"Mas é pra instalar aí?!" - Diz o técnico.
(Mas DE QUE É QUE ESTAMOS A FALAR?!?! - penso eu)
"Ah, num seie..."

Quando finalmente lhe disse para a instalar na sala, onde estava a outra que foi a forma de me deixar em paz, vi a prateleira de vidro, o disco rígido e o leitor de DVD a milímetros de uma deslocação do seu centro de massa que levaría a uma queda fatal... para eles, para a "box" que os acompanhava mas, acima de tudo, para mim quando a minha mãe desse com o espetáculo que ali tinha decorrido!
Fui o mais delicado possível no meu olhar de fera quando cheguei o senhor para um canto e tratei de desligar tudo de forma a que ele tivesse de fazer SÓ aquilo para que foi treinado: ligar o cabo x na ficha y e o cabo w na ficha z, carregar no botão e fazer uma chamada para a central, sem ter de lidar com feitios dos clientes, resolver um problema inesperado ou sequer PENSAR em algo que não fossem as suas chamadas pessoais nas quais tentava vender um carro que estava a 30kms de sua casa.

Já não me lembro quem foi que me perguntou a diferença mas se ler este piqueno texto ficará concerteza ilucidado. Esta é a parte em que eu faço uma conclusão acerca do perfil de cada profissão e tento compreender estas pálas nos olhos que impedem a visão lateral desculpando-o na repetição da sua tarefa, já por si super interessante. Não o vou fazer pela clareza da exposição!
É simples e vai de encontro àquela justificação do "ah e tal o trabalho do técnico é mais prático".


A música que me apetecia tocar é outra mas hoje tinha mesmo de ser. Já no ano passado não tive oportunidade de a mostrar por cá portanto é desta!

"Ó Zé... ...vamos ver o nascer do sol ao areinho..."

segunda-feira, 22 de junho de 2009

Deja Vú (ou "Já vi esta cáca nalgum lado")

The Kooks duas vezes não faz sentido. Com tanta coisa entre os milhões de horas de música do meu precisoso disco externo, tinha logo que escolher cromos repetidos...

Mas foi o que me apeteceu ouvir desde meio da manhã até este preciso momento. Mais: nem me apetece escrever mais nada! Ficamos por aqui.

quarta-feira, 10 de junho de 2009

R...

Raquel é uma "velha paixão de 45 segundos" que se encontrava perdida [foi de propósito] algures na biblioteca musical do meu humilde computador (que baptizarei em breve com o nome de Airbus porque quando está em "performance máxima" parece que vai levantar voo). Lembrei-me dela no outro dia por mero acaso e veio a calhar. É menina dos Ornatos Violeta. O que há a dizer sobre eles?! Dispensam apresentações... É apenas importante sublinhar que após a separação, cada um dos pedaços continuou a fazer bom trabalho!
É impossível ouvi-la sem relembrar aqueles momentos em que os mais velhos ficam visivelmente atarantados e perguntam "mas está a gravar o quê?!" quando a tocámos pela primeira vez, em tom de brincadeira, num daqueles serões de convivência casual. O engraçado é que há aquela música que nem ouvíamos muito mas que de repente já tem um monte de momentos atracados!

"Quem diria que um dia voltava a ver... ..." (agora vejo-me sempre obrigado a lançar uma mini-gargalhada nesta parte antes de continuar, seja a ouvir, cantarolar ou simplesmente pensar na músiquinha!)

sexta-feira, 29 de maio de 2009

Nostalgia


Hoje foi um dia produtivo. Acordei cansado e agora, para além disso, ainda ganhei uma ligeira dose de nostalgia que me deixou a uma unha negra de ir jantar com uns amigos de repente, às 21:30 quando saía da faculdade numa quente noite de verão. É certo que vou ter saudades dos edifícios cinzentos com um toque de tijolo durante aqueles felizes 6 meses. Não me dou bem com mudanças. Gosto da evolução quando mantém o essencial mas não sou apologista de mudanças radicais. Felizmente, as grandes mudanças têm sido suportáveis mas só porque o acaso deixou que o essencial fosse andando por perto. Como será em breve? Nem quero imaginar. Pensemos positivo porque é este que me tira a nostalgia: aconteça o que acontecer, o próximo ano vai ser "da pilinha"!!! (Isto para ser um menino educado)

Estava a ganhar coragem para começar a preparar aulas de laboratório impossíveis e acabar um relatório sem as devidas ferramentas (como querer fazer um prédio sem cimento ou nadar sem água...), quando, no meu ritual pré-estudo, abro o e-mail e vejo um convite para visitar uma das páginas do senhor que agora ouvem. Estive todo o fim de tarde a alternar entre DMB, 2008 e bfachada... chegar a casa e ouvir um "free falling" original foi das melhores coisas que podia ter antes de uma noite de estudo. :)

Um dia destes, dou um salto desses, bem lá do alto! Daqueles do avião. Quem sabe, não o faço ainda antes de me erasmificar... Até vou ver isso no fim-de-semana!

quinta-feira, 28 de maio de 2009

Dai-me agora

A Janis Joplin, segundo o que percebi, era a Amy Adega do século passado. Será fado de todas as gerações terem uma personagem mediática que canta neste estilo mas que se dedica ao auto-flagelo? Podia ser pior... Podia ser altruista! Ufa... Pessoalmente até gosto bastante da música da senhora britânica que aparenta ser fã dos excesso (s). No entanto ninguém me apanha num concerto daquela menina!

Os Trabalhadores do comércio aproveitaram a música da senhora Janis e fizeram uma versão nova. Muita boua!
Trabalhadores do Comércio- Mrecedes Preto

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Hoje acordei cansado mas apetecia-me escrever, embora sem tempo para não variar. Infelizmente começo a criar a rotina de levantar às 8:30 independentemente da hora a que me deito. Isto traz vantagens: um lugar calminho para trabalhar 1h antes do café pré-aulas-da-manhã é o mais desejado mal assento os pés na faculdade. Hoje decidi andar mais uns minutos para vir para aquela sala arejada e silenciosa que, combinada com a minha vontade de fechar os olhos, me impede de fazer as 503 tarefas que me faltam antes das 11h...

Novidades? Afinal sempre vou ter férias! Já tenho curso de italiano, só falta inscrever-me! Por falar em cursos, ando a tirar um. Não, não é o de engenharia... Metal. Do de ouvir, claro!
Procurar casa num país diferente do nosso sem qualquer meio para além da internet pode ser complicado. Esta foi a conclusão a que cheguei recentemente. Juntamos a isto a falta de confiança para escolher uma casa na qual vamos viver sem a ver... O resultado é uma valente preguiça de o fazer. Claro que ninguém o faz por nós. Fosse eu um homem de Deus e tudo se resolveria com "2 pais nossos e 5 ave marias". Que mania de simplesmente rezar pelas coisas... Então e arregaçar as mangas não seria mais produtivo? Mas ainda não acordei mesmo... Daqui a pouco! Ou amanhã... ou depois... E no fim? Reza para que vá a tempo... (Atenção: aos mais religiosos, não estou a questionar o facto de rezar! Estou somente a por em causa o pedido divino como único esforço para atingir um objectivo)

quinta-feira, 14 de maio de 2009

Queima... do grelo

Hoje é dia de pôr o traje no cabide por uns meses até voltar a pegar nele para levar para Roma. A última semana só poderia ter sido mais levada ao extremo se eu me tivesse passado de vez e ido (finalmente) à garraiada, mas ainda não foi desta! Só no sábado é que olhei para trás e me apercebi de que tinha tido de facto momentos inesquecíveis mas tinha sacrificado o tempo que supostamente teria estado a trabalhar, enfiado na escuridão de um laboratório nos confins do departamento de Electrotecnía. Já lá diz o provérbio: "Transviado por uma centena, transviado por um milhar" (também conhecido por "perdido por 100, perdido por 1000) e como adepto da sabedoria popular lá aproveitei o último sábado. Momentos a registar para tentar partilhar (embora plenamente consciente de que são meus e, por mais que o meu altruísmo escondido queira mostrá-los ao estimado leitor, nunca conseguirei):
- A serenata! A monumental! Nem me apercebi da habitual conversa de café que ronda os ouvidos do mais distraído amante da música. Ficam apenas as lembranças dos abraços, uma ou outra frase, uma ou outra música que me trará de volta aqueles momentos com um sorriso saudoso. (Sim, PAC, a saudade existe! Só não precisa de ser uma coisa má.)
- O ECAP. Eu nunca tinha ido ao ECAP. É triste, eu sei, mas é verdade. Daqui para a frente não pretendo perder mais nenhum! Sublinho também (de forma invisível) uma frase que me foi dita pouco antes do concerto, que me deixou babado, tal como aos 2 ou 3 felizardos com quem a partilhei, e que faremos por que continue a fazer sentido.

Eu tento mas não consigo descrever; nem cortejo, nem serenata, nem mesmo o queimódromo, isto para não falar das noites e madrugadas entre a luz da vela e do luar, ao som de músicas manhosas ou de passeios na baixa com direito a passagens curtas no fita. Gostaría muito de ser capaz de escrever sobre o momento em que ouvi "nem penses em passares-te ao carvalho daqui a 2 anos!", sobre uma peça de Dyens com vista para o mar ou sobre um amigo que acaba a sua madrugada à meia-noite para me vir entregar um dvd... mas não dá. Lamento mas é meu. Faço como na música: uso metáforas. Se se tratasse de um sorriso, o espaço entre as 2 orelhas não chegava, dá para perceber? Deixo a música do primeiro fim-de-semana que acompanhou toda a semana. Começou na serenata, no apogeu daquela saudade estranha. (A saudade é sempre estranha. Nunca deveríamos ter razões para a sentir. Há sempre mais para viver, coisas que ainda não foram vividas e das quais teremos, um dia, saudades. Se desse, só tinha saudades quando morresse. Aí é que vale a pena!) Depois, continuou no ECAP, onde ouvi um arranjo vocal com ideias muito boas! (já arranjei a partitura :p) Deixo-vo-la.

Até breve.

sexta-feira, 1 de maio de 2009

Diversidade musical

A noite passada foi musicalmente variada. Começou com um concerto de guitarras que vai de Brahms e Debussy até Queen, seguiu-se a magia dos fados académicos e terminou com uma mistura de "panados-com-póm" e pimbalhada grossa. Enfim, uma grande mistura de sentimentos pelo meio.

Com uma semana de atraso, falo-vos do Folk. Não sabia o que era e, para ser honesto, acho que ainda não sei bem. É giro, sem dúvida (e até já me reconheceram 3 vezes como "aquele que estava na noite de folk"): é um género de música quase exclusivamente dançável, segundo a Sara. A música em si são só 10% do total. Lamento Sarinha mas, como te disse, não concordo... Mais depressa ficava quietinho a ouvir folk do que a dançar ao som do silêncio. No entanto admito que a compreendo tal como qualquer um dos pobres leitores desta humilde página compreenderia se visse esta criatura a dançar ao som de uma música que lhe agradasse! Não me fico pela fé de que compreenderiamMu, afirmo-o com toda a certeza. Relembrem a vossa leveza quando se dirigem ao quarto a meio da noite no escuro (seja porque estão a chegar e não querem acordar ninguém com as luzes ou porque foram tomar um copo de água) e revejam a forma como se desviam dos objectos que sabem existir, das paredes, das portas e até sabiam bem onde é o interruptor, tão bem que nem precisam de lhe tocar para voltar para a cama. A Sara a dançar é mais ou menos assim mas sem ter um destino predefinido.

E como ela diz que o folk não se ouve simplesmente, eu vou respeitar e deixar outra que nada tem a ver.

segunda-feira, 20 de abril de 2009

Um voluntário à força para desistir

Lamento mas não conheço os Dr1ve que se mostram em muito bom estado na última do pepitas. A Lúcia Moniz, também lá para o meio, dispensa apresentações. Vai daí, conclui-se que não temos introdução musical hoje e podemos passar directamente para a Homilia.

A tecnologia trouxe coisas inimagináveis tais como o TAC, a luz eléctrica, o paracetamol, o leitor de mp3 (para muitos, paracetamol), o telemóvel e o lança-mísseis. Fez com que fosse possível sair à noite escolhendo se queremos andar às apalpadelas. Antigamente, não havia escolha salvo se estivesse lua cheia e mesmo assim às vezes abria-se uma excepção. Aumentou a esperança média de vida pelo que somos capazes de ter mais tempo para ouvir uns concertos jeitosos (de 5 gajos que arrepiam como o de uma quinta feira cujo nome começa com "Vo" e acaba com "zesdarádio") e alguma musiquinha no mp3 como o meu que hoje ainda mal saiu dos meus ouvidos (mas baixinho para ouvir bem). Trouxe-nos a magia da partilha tipo twitter: a todo o momento podemos dizer qualquer coisa a alguém e quando não conseguimos sentimo-nos desesperados. Trouxe-nos a magia do "já não sei esperar" e a do "se não me respondes dentro de 1 minuto mando-te um toque". Deu-nos uma noção do realmente imediato. O que é um percurso de 10Kms actualmente? O que são mesmo os 10 minutos de pausa matinal para o café? Tanto se pode fazer em 10 minutos e em 10Kms que o meu dia de 24h pode parecer de 26. Posso simplesmente, com uma dose ligeira de força numa meia dúzia de botões e um bocadinho de criatividade, gerar um sorriso numa cidade longínqua ou do outro lado da rua ou posso ainda usar esse tempo para não o fazer. Acabo o dia num frenesim sem nunca desistir de mais um segundo mas começo a aperceber-me que preciso que a humanidade evolua mais depressa. Criem os clones depressa! Daqueles com actualizações que me fazem ter vivido tudo o que vivi mais o que o que viveu o meu duplo... Não dá e vejo-me obrigado a desistir. Só me lembro de desistir de uma coisa: do ginásio. Houve uma sensação de incapacidade... mas passou depressa com o tempo que não gastava a cansar-me e que podia aproveitar para, sei lá, descansar! Mas desta vez é diferente. Ouso dizer que é a primeira vez que digo "Desisto", o assumo e me faz diferença. E que diferença...

terça-feira, 14 de abril de 2009

Barrocos

Hoje, apesar do trabalho intenso, lá se arranjou um minuto para vir dar a conhecer a algum perdido que aqui passe a notícia que por aí circula. Georg Friedrich Händel morreu há 250 anos. Mais uma data, mais um pretexto para celebrar não a sua morte mas a sua existência, como aliás sucede com todos os aniversários. Alguns merecia ser (ou ter sido) assinalados mas falharam. Visto tratar-se somente de um pretexto podemos sempre festejar noutro dia (ou simplesmente não festejar). Curiosidade: Este outrora jovem senhor muito passeado morreu... cego! É verdade, parece sina de músico famoso: morrer sem um dos sentidos. Aconteceu o mesmo com o Beethoven embora esse tenha sido ainda mais irónico. Os outros milhões é que fugiram à regra, sacanas.
Morreu em Londres tendo sido sepultado na abadia de Westminister , local onde disfrutei recentemente de um concerto divinal por meia dúzia de putos de 7 anos acompanhados pelos senhores que tomavam conta deles (sendo que no fim eles é que tomaram conta de todos os que os ouviam), sentado numa cadeira de alto patriarca do clero. E à borla, claro!

Ficam na maravilhosa companhia dos Swingle Singers a representar o alemão de uma forma que ele provavelmente não gostaria mas que nós (ou simplesmente eu) agradeço por existir!

segunda-feira, 6 de abril de 2009

Ideias manhosas

Uma vez mais tive uma ideia que pensei ser única mas demorei demasiado tempo a aplicá-la. Ao que parece já existe uma empresa que trata disso! Estava eu todo contente a projectar um sistema que me abrisse o armário da roupa quando soubesse que eu estava por perto e que fechasse quando eu fosse embora. Poupava tempo? Não! Mas poupava a vozinha da mãe a berrar "Estas portas estão sempre abertas!!!".

Estava a dizer que já há uma empresa em Paredes (sim Alheira, já sei que paredes é que rula e claro que uma merda destas tinha de ser em paredes e tudo e tudo e tudo) que já faz uma história parecida. "Armários abre-te sésamo" como diz o título da notícia:
Notícia Aqui
A entrevista está engraçada. A ideia não é exactamente a minha - estava a pensar usar RFID ou um detector de movimento. Mas estes senhores vão muito mais longe. "As gabietas, com um simples toque, abre totalmente 100% e(...) feicha completamente". Note-se que as gabietas abre! e as gabietas feicha!

-"São electricas?"
"Não, é magia!!! Quers ber?!" (devia pensar o senhor)

"E esta báscula?"
"Este BASCULANTE!(...)"

"Se quiser comandar pru boz, chama e a roupa vem". Isto poupa logo uns minutos na cama! Ora a camisola quero que venha ter ao meu tronco, as calças às pernas, as meias directamente aos pés. Depois é só levantar.

"Às vezes chegamos ao ponto de saber de que lado é que a senhora quer as suas arrumações ou o marido..." ("Olhe, eu queria um espaço para as calças ali em baixo e em cima quero meter as camisolas. De lado deixe-me um compartimento ligeiramente mais alto para guardar os vestidos e para arrumar o meu marido.")
Mas afinal só fazem roupeiros para senhoras?! E essa história do papel na sociedade?

Esta história está mal contada... "Vamos à música": Norton, cachopos de Castelo Branco que decidiram dar 10 a 0 ao fazer renascer o "Pump Up The Jam" dos Technotronic. Para quem quiser comparar aqui está a original:
Technotronic - Pump Up The Jam

quinta-feira, 2 de abril de 2009

Trivialidades

No fim de um dia de correria, sem tempo sequer para almoçar, as trivialidades são sobrevalorizadas. A caminho da quase inigualável beleza da ribeira portuense para jantar com "a malta" olho por cima do ombro para o dia que lá olho melhor para o café matinal ao sol da esplanada do silencioso bar dos alunos num recanto da faculdade. "Pum. Ouviste isto? Foi a minha cabeça". No fim de ter andado a fugir por recantos escondidos a correr atrás do trabalho fui apanhado por uma larga conversa com amigos desaparecidos. (Talvez me tenha encontrado no seu desaparecimento.)

Tento ganhar força para aguentar uma noite de folia no meio da minha podridão de cansaço. "OLHA (inspiração curta e precipitada), o setecentos e quatro!!!" - dizem ao correr na passadeira com o sinal prestes a "encarnar". (encarnar: v. tr. Dar a encarnação a.,. cevar (o cão) em carniça (para o habituar à caça). v. intr. Assumir (a Divindade) a natureza humana, criar carne. v. pron. encarniçar-se (o animal na presa), meter-se pela carne ...ficar encarnado?) Um dia diferente, desta vez feito das coisinhas que não abalam ninguém, que não são minimamente marcantes como os grandes eventos nem imploram por que não as esqueçamos... mas das que me lembro.
Um dia bom. :)


[Não sou grande fã de Norah Jones... Mas hoje andei com esta música na cabeça o dia quase todo!]

PS: e o mosfet*! Como é que me esqueci de referir o "mosfet*"?! Não é um nome porreiro para se chamar a alguém mas para quem não conhece confesso que é engraçado...

segunda-feira, 30 de março de 2009

Nó cego

"Os Golpes", entre outros, patrocinam mais um momento de dilema entre o sono e o estudo. Nó cego, dos Tetvocal , seria a primeira hipótese porque nunca escrevo sobre o primeiro plano do meu pensamento mas sempre, pelo menos, sobre o segundo. Acontece que às vezes o primeiro é só fachada para ver se engana o segundo ou o terceiro; por vezes até parece que consegue.

"A vida corre inteira pelas nossas mãos, a morte morre inteira pela força das nossas mãos."

Há um tipo de resposta que me deixa num de dois estados a que carinhosamente chamo "estado oso". O estado CURIoso e o estado FURIoso. A senhora dona resposta é o "coiso porque coiso". Por exemplo: "Sim... porque sim". Chamo-lhe tipo de resposta porque podia ser o "Não porque não" ou o "Não... pá... porque não" ou uma gama "deluxe" que inclui alguns espécimens como "Isso tem uma razão mas é muito comprida para ser explicada agora" e a mais conhecida "Óh, cala-te". Deixa-me curioso quando gostava de saber e não sei, quando acho que vale a pena saber. Claro está que, às vezes, nem me dou ao trabalho de tentar saber, nessas vezes acrescento um novo estado chamado "e a mim que me importa", mas esse já é de outra historinha. Quanto ao furioso, acontece quando não sei, gostava de saber, mais, acho que tenho direito a saber e era feliz se soubesse... e que ainda assim não sei! Não me apercebo de muitos nós cegos que se me dêem, daí não me achar facilmente atado cegamente. No entanto tem havido uma situação que me deixa sem manteiga planta para barrar o escorregadio caminho do raciocínio, uma que o pobre pensamento se queima de cada vez que raspa no seu percurso supostamente lubrificado. Nesta sinto uma novidade: em vez de seguir a norma e ficar furioso ou ficar triste pelo que se passa, de a pôr em primeiro plano e decidir o que fazer, limito-me a não esperar muito do futuro. Não deixa de ser triste o desperdício mas não consigo senti-lo agora. Por agora estou bem e gostava de me manter assim, aproveitando todos os bons momentos e guardando-os num local bem alcançável da minha memória. Se consigo pô-la em segundo plano? Se não o fizesse como podia escrever?!

Bem, passemos ao que interessa, e aquele jogo de vozes com bateria por trás, hum? Muito bom...

domingo, 15 de março de 2009

Cafés escondidos



"O nosso café é a nossa tribo", já lá cantava o Canto Nono. Esta versão dos Ting Tings, grande banda (uma vez mais) de Manchester, serviu de banda sonora para o último. A tremenda galhofa a respeito do assunto mais sério veio mesmo a calhar!

Aos bons momentos.

domingo, 8 de março de 2009

Canções simples

My Chemical Romance, os substitutos dos já fantásticos Blur na interpretação deste momento de pura liberdade para a alminha mais humilde ao qual pobremente apelidam de música. Outras propostas seríam "orgasmo sonoro", "devaneio na liberdade" ou "viagem aos confins do universo através das maravilhas da electrotecnía"! E porque é que se chama "song 2"? Ora, precisamente por ser difícil arranjar um nome

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Pensamento do fim-de-semana: a actividade e tudo o que ela proporciona deve-se somente a quem a realiza. É algo estupidamente lógico. Foi dela que me surgiu um certo desprendimento da euforia de algumas actividades porque, tentando sempre fazer melhor, confesso que metade do entusiasmo se tinha esvaído; mas confesso que a vida é mesmo cheia de surpresas e mesmo quando me dedicava à melhoria pela minha participação eis que volta o velho entusiasmo encarnando a mesma personagem! ...quem diria que acaba por ser bem melhor do que o que tinha imaginado!

"Esta é fixe!" - diz ela enquanto aumenta ligeiramente o volume do leitor de CD's no preciso momento em que me apercebi que não conheço os seus gostos musicais! Como é possível?! E não é que há mesmo tempo para descobrir?!
Não podia deixar de mencionar outros 2 momentos desta música: a chegada para um felizmente muito esporádico "passeio" no shopping enquanto as meninas tratam dos seus assuntos e o outro impensável num qualquer espaço remoto na cidade do Porto com todo o sentimento necessário para me encher as medidas.

Mais música brevemente...

terça-feira, 3 de março de 2009

Tube's de Escape

Quem não conhece o quarteto fantástico que serviu de ícone a uma mudança de mentalidades e de gerações. Originários de Liverpool, foram as suas viagens que fizeram da sua música o que ainda hoje é, mantendo a mesma intensidade aparentemente inalcançável. É dessas que falo hoje porque é do que me lembra a banda.

Ao ouvir a "Hey Jude", todos conhecerão concerteza nem que seja apenas aquela passagemzinha do lá lá lá. Eu também a conhecia por partes. Conhecia perfeitamente a música mas não sabia de onde nem a letra... É um mistério como me veio parar à cabeça a ponto de a saber cantarolar num largo junto ao bolhão de Londres, com fome mas maravihado com toda aquela abertura. Dei por mim completamente espantado com a liberdade que todos sentimos quando ouvimos alguém tocar uns acordes no meio da rua, a subita vontade de dançar ao frio e de nos deixarmos levar pelo momento, esquecendo tudo, do ontem ao amanhã, só para estar ali.
Foram dias muito cansativos mas resumem-se numa célebre frase: uma ma-ra-ilha faaaaantástica. Os concertos, as leoas, espanholas, sul-africanas, chineses, uma ou outra Lontrina, as pernas que tremiam, a digressão pelos diferentes tipos de cerveja, os "oubrigadou" 's esporádicos, a poupança incrível e a inspiração para setembro. Começar assim um semestre é outro assunto!!! E se o próximo for igual, então será definitivamente o melhor de sempre! Londres não é dos ingleses nem da raínha; é do Mundo!!!

"Vive", disseram-me um destes dias. E tinha razão.

domingo, 15 de fevereiro de 2009

Direcções

Rapid Eye Movement: tenho ideia de que é a fase profunda do sono em que os olhos se movem a uma velocidade muito rápida, como o próprio nome indica. Há também uma banda com esse nome! Clássicos e impulsionadores de um estilo novo. Originais, ficaram como banda sonora de alguns momentos de muitos de nós.

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"A vida é simples de uma forma desconcertante. Basta seguirmos o que diz nas instruções."

Caro sr.,
As minhas instruções não vinham com o produto. Também já procurei GPS para vidas mas não encontrei nenhum compatível. Para ajudar, a fábrica fechou e já não aceita reclamações. O que faz um produto no meio de tantos outros armado em átomo num mundo de gigantes? Para onde segue a gota de água caída do céu? Se a vida é para si tão clara explique-me que sentido faz navegar à deriva se o mar não tem estrada? Já que estamos numa de explicações, pode juntar-lhe a razão pela qual o barco teima em virar. Porque corre o gato atrás da curiosidade sabendo o ditado? Porque não se apercebe que é um claro caso de auto-flagelo? Não me venha com histórias de "rumos naturais das coisas". Não acredito no rumo natural. O rumo sempre foi o que fiz ou não fiz dele. Não me dou com esperas nem com tempos mortos. Digo-lhe que sou e sempre fui quem dirige o meu barco pela estrada inexistente, afirmando com orgulho que vou sempre encontrando terras às quais chamo destino até as alcançar e que isso acontece sempre. Que nem vento nem chuva me impedem de o fazer e que isso se manterá para sempre porque encontro formas de os contornar, eu e a minha sorte. Mas minto. Não vejo terra nem tenho o seu divino sentido de clareza. Também começo a não acreditar na sorte nem no vento. Acima de tudo, acredito ainda menos nesse rumo natural.

Cumprimentos,
Eu.

P.S.: "Nightswimming deserved a quiet night"

sábado, 7 de fevereiro de 2009

Gastei o chão.

Gastei-o com todas as dúvidas que me fazem deambular. Com o porquê das coisas que me martela toda a superfície cerebral com longos e grossos pregos de ferro. Junto-lhe os pés descalços, calejados, as pálpebras pesadas e as orelhas quentes. Não o gastei com um objectivo mas por mera impaciência para saber, porque é essa a chave para fazer por concretizar. Gastei o chão a falar e pensar, porque não o consigo fazer quieto nem o consegui andando. Memorizei o percurso cíclico que fazia sem o querer, associando inconscientemente cada pedaço a um pensamento. Se a ansiedade desse sono não voltava a acordar, mas não dá: tira-o e pergunto-me se voltarei a dormir. Cada eternidade tem 60 segundos nocturnos nos quais me lembro sucessivamente de todo o percurso que fiz num número infindável de vezes e que conto pelos soluços que rebentam na minha cabeça. Espero incansavelmente por menos um para chegar um certo Domingo, ou um dia qualquer do calendário deste século ou de outro qualquer, talvez do nunca que nunca tinha avistado em campos reais. Gostava de afirmar que gastei todo o chão que havia para gastar, mas não me parece. Haverá mais, sempre mais, por alguma razão e será inevitável, mas farei tudo para dar um qualquer destino a estes passos perdidos.

Segue-se uma música da qual foi feita recentemente a melhor versão de sempre com todos os ingredientes necessários.

terça-feira, 3 de fevereiro de 2009

Alicerces

Há coisas que não mudam

Citação 1:
"Não há nada mais torturante para o homem do que os seus próprios pensamentos".
- John Webster; Fonte: "O Demónio Branco"

Thursday night, everything's fine, except you've got that look in your eyes
When I'm tellin' a story and you find it boring,
You're thinking of something to say.
You'll go along with it then drop it and humiliate me in front of our friends.

My finger tips are holding onto the cracks in our foundation,
And I know that I should let go,
But I can't.
And everytime we fight I know it's not right,
Everytime that you're upset and I smile.
I know I should forget, but I can't.

You said I must eat so many lemons
'cause I am so bitter.
I said
"I'd rather be with your friends mate 'cause they are much fitter."

Yes, it was childish and you got agressive,
And I must admit that I was a bit scared,
But it gives me thrills to wind you up.

My finger tips are holding onto the cracks in our foundation,
And I know that I should let go,
But I can't.
And everytime we fight I know it's not right,
Everytime that you're upset and I smile.
I know I should forget, but I can't.

Citação 2:
"(...)O coração batia de tal forma que ía jurar que me saltava se não fosse pelo cinto de segurança que tinha atravessado no peito. Talvez este também se mexesse. Sim, é provável, todo eu saltava a cada batimento cardíaco e se isto não se notava era devido à exageradamente acelerada cadência. Quase como magia, a música ideal estava lá. Parecia ter adivinhado o momento. Era exactamente o que sentia.(...)"
03 Run


Citação 3:
Pergunta a um toxico-dependente:
"Porque é que consome?"
"Ó doutora... sinto-me quentinho..."
["Foundations" faz-me sentir quentinho.]


E uma versão vocal disto, han?

domingo, 1 de fevereiro de 2009

Chuva de Fevereiro


O Nick Miller é do Milwaukee de Terras d'Obama. É quase tudo o que sei dizer sobre ele. Ouvi-o pela primeira vez já há uns tempos sugerido pelo Henrique Amaro no Portugália, creio eu. Isto foi na altura em que a "Umbrella" definitivamente já chateava. Nunca fui grande fã da música mas claro que passei a sê-lo depois desta. Fica no ouvido... Encontrei-a escondida na biblioteca musical do computador. Estava no meio dos papeis e sem paciência para o que teria ainda de estudar noite dentro, quando ela surge de mansinho. Sempre no melhor momento.

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Hoje foi um dia longo ao ponto de, ao arrumar a guitarra que estava ao ar desde manhã me questionar há quantos dias ali estaria, sobre o sofá vermelho. Um dia tão grande deixa muito tempo para a introspecção. Apercebi-me que houve algo que nunca cheguei a mencionar e que me parece ser muito importante. Tenho 3 coisas importantes na vida. Uma tremeu várias vezes num passado próximo. Este estremecer é uma das razões para esta música. Todos têm alguém debaixo do seu guarda-chuva, sejam os grandes amigos, a femelga, a desconhecida que diz "olá" todos os dias ao passar o café. Uns têm um guarda-chuva XXL, daqueles do metro. Só a música ajuda nas vezes em que alguém sai do nosso guarda-chuva por razões meramente observáveis e ainda mais difícil é perceber porque te queres molhar com um guarda-chuva tão grande. Custa imaginar e imagina-se o pior. Piora. A questão é, até que ponto devíamos caber todos no mesmo guarda-chuva? Não devia ser tão dado a filosofias baratas com metáforas manhosas e maioritariamente incompreensíveis, portanto resumo, centrando-me no mais importante: não queria saídas do meu guarda-chuva. Mas a minha vontade não conta, aqui. "Fica", peço embora saiba ser em vão. Mas não o foi. Não nas últimas duas vezes. Tive sorte. Há quem não acredite nisso, mas eu sim. Obrigado por toda a sorte, a controladora daquilo que me foi meramente observável... [na semana passada pendurei finalmente a fotografia de há um ano atrás. Que hei-de dizer, sou um jovem ocupado...]
Outra ainda treme, ligeiramente. Trata-se de saber para onde vou. A terceira está sempre presente em todas as suas formas. É a tal que ajuda quando as outras falham e que faz... viver.

Já tinha este escrito há uns dias mas hoje veio meeesmo a calhar. Quando dei por ela vi que encaixava na sua plenitude. A interpretação, a letra, as recordações que traz...

"Trata-se de uma simples junção de letra com melodia. Por vezes apetece-me o poema, noutras somente a melodia. Talvez seja a opção a essência da perfeição."

sexta-feira, 30 de janeiro de 2009

Covers

Parece que a BBC lançou uns CD's de Lounge. Achei o 3º volume de tal maneira fantástico que me vi obrigado a ouvir os outros 2. O estilo "Lounge" é algo complicado de descrever como, aliás, são todos os estilos. Não há um conjunto de características que constantemente os insiram numa categoria. Uma música tem até, por norma, mais do que um estilo e pode haver músicas que são mais um estilo que outras. Não tenho um histórico muito amigável com os estilos e acho que essa foi a principal razão: custava-me encaixar uma música num só estilo, separando uma das imensas coisas que ela teria para dar... Mas se tivesse de dar um só adjectivo ao "Lounge" seria "calmo".

Os "The Kooks" são bons a fazer covers, descobri recentemente. Podemos ouvi-los nos lugares de MGMT, Gnarls Barkley, Peter, Bjorn & John, e outros. Confesso que, no meio de tão boas interpretações, me vi um bocadinho à rasca para escolher uma para o "player" aqui ao lado. Mas consegui. Decidi-me quando vinha a caminho de casa, hoje de manhã, e ouvi a versão original. Apetecia-me acelerá-la um nadinha e pedir ao porta-voz dos coldplay que cedesse a voz do compatriota de Brighton. Deixo-vos a Violet Hill mas a Crazy ficou-me na cabeça. Fica em anexo ;)

Crazy

Até breve

terça-feira, 27 de janeiro de 2009

Destinos

Os doismileoito são cá da terra. Conheci-os pela 3, como não podia deixar de ser, e desconhecia esse pequeno pormenor. Os seus "Acordes com arroz" eram um manjar dos deuses seguido pelo "caratequide". Por mais que tenha corrido não os apanhei no concerto que cá deram no verão. O novo álbum está à porta e ofereceram um pedacinho no site da Antena 3. Não precisa de ser bem melhor que o outro. Já era bem jeitoso. Mas se tanto insistem, a ver vamos. Constato um facto: começam bem!

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Custa escolher um de tantos destinos. Custa escolher qualquer coisa. Até a roupa de manhã custa a escolher. Mas isto custa mais. É um bom custoso mas custa. Vou andar aí a pedir opiniões portanto não estranhem. Não consigo deixar de pensar como seria o destino cá. O que aconteceria ou não aconteceria. Não só pensar no futuro mas pensar num não-futuro, imaginando que o que pode acontecer pode poder não acontecer. Se nisto considerarmos tudo o que pode acontecer... não deixa espaço nenhum para estudar

Gosto de pensar que, escolha o que escolher, é sempre melhor escolha que a outra. Bem Melhor.

domingo, 11 de janeiro de 2009

Portugues-ó-religiosa

Não sou adepto do "tudo o que é nacional é bom". Tento até não associar a qualidade à nacionalidade, apesar de ser um preconceito enraizado na sociedade. No entanto, passo-me dos carretos quando a Diana me vem com a velha conversa de que a música Portuguesa é Toni Carreira & Filhos e que a única cantora que, confessa, até canta bem, é a Mariza. "Ouve o portugália, pá!" é o que me apetece dizer-lhe! Mas não digo. Não digo só porque já tentei de várias maneiras e não dá em nada. Há mais formas - e mais eficientes - de abrir os olhos à população para as coisas boas do seu país, sendo a música uma das essenciais.

O Tiago Guillul é um bom exemplo disto que digo. Mostrou-mo a Sara há uns tempos. Este último disco devo confessar que me parece partilhar de uma pequena infelicidade com muitos grupos actuais, a falta de variedade... Essa foi a razão pela qual lhe torci o nariz nos primeiros minutos. Passado o primeiro impacto, conseguiu dar-me a volta. A que mais depressa me apaixonou foi a "Beijas como uma freira", especialmente a versão "3 pistas" que te deixo.

Até breve

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As relações inter-pessoais parecem ser muito complexas. Após momentos de dedicado pensamento conclui-se que são simples. Bastante simples, até. Diz-se a verdade e aquilo que se sente e escorrega como manteiga. Quer dizer, diz-se só aquilo que se quer dizer. Isto se não magoar o próximo. Ou deve dizer-se mesmo que magoe? E aquilo que não podemos esconder? Ah, isso então está resolvido. Mas podemos sempre esconder. Mas escondemos de quem?! E falamos e falamos e falamos e por vezes dou por mim cansado de falar e não disse o que queria. Ou respondi sem pensar; e agora?! E aquele amigo com quem já não falávamos há tanto tempo sem qualquer razão para tal. Também não podemos falar todos ao mesmo tempo. Mas há coisas que se perdem pela falta de comunicação. E quando não apetece falar? Não agora, falamos depois. E entretanto? Dá problema pela certa. E quando apetece demais? Às vezes também dá asneira...
Enfim, simplesmente complexas. Melhor, melhor é quando nem precisamos de falar.