domingo, 1 de fevereiro de 2009

Chuva de Fevereiro


O Nick Miller é do Milwaukee de Terras d'Obama. É quase tudo o que sei dizer sobre ele. Ouvi-o pela primeira vez já há uns tempos sugerido pelo Henrique Amaro no Portugália, creio eu. Isto foi na altura em que a "Umbrella" definitivamente já chateava. Nunca fui grande fã da música mas claro que passei a sê-lo depois desta. Fica no ouvido... Encontrei-a escondida na biblioteca musical do computador. Estava no meio dos papeis e sem paciência para o que teria ainda de estudar noite dentro, quando ela surge de mansinho. Sempre no melhor momento.

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Hoje foi um dia longo ao ponto de, ao arrumar a guitarra que estava ao ar desde manhã me questionar há quantos dias ali estaria, sobre o sofá vermelho. Um dia tão grande deixa muito tempo para a introspecção. Apercebi-me que houve algo que nunca cheguei a mencionar e que me parece ser muito importante. Tenho 3 coisas importantes na vida. Uma tremeu várias vezes num passado próximo. Este estremecer é uma das razões para esta música. Todos têm alguém debaixo do seu guarda-chuva, sejam os grandes amigos, a femelga, a desconhecida que diz "olá" todos os dias ao passar o café. Uns têm um guarda-chuva XXL, daqueles do metro. Só a música ajuda nas vezes em que alguém sai do nosso guarda-chuva por razões meramente observáveis e ainda mais difícil é perceber porque te queres molhar com um guarda-chuva tão grande. Custa imaginar e imagina-se o pior. Piora. A questão é, até que ponto devíamos caber todos no mesmo guarda-chuva? Não devia ser tão dado a filosofias baratas com metáforas manhosas e maioritariamente incompreensíveis, portanto resumo, centrando-me no mais importante: não queria saídas do meu guarda-chuva. Mas a minha vontade não conta, aqui. "Fica", peço embora saiba ser em vão. Mas não o foi. Não nas últimas duas vezes. Tive sorte. Há quem não acredite nisso, mas eu sim. Obrigado por toda a sorte, a controladora daquilo que me foi meramente observável... [na semana passada pendurei finalmente a fotografia de há um ano atrás. Que hei-de dizer, sou um jovem ocupado...]
Outra ainda treme, ligeiramente. Trata-se de saber para onde vou. A terceira está sempre presente em todas as suas formas. É a tal que ajuda quando as outras falham e que faz... viver.

Já tinha este escrito há uns dias mas hoje veio meeesmo a calhar. Quando dei por ela vi que encaixava na sua plenitude. A interpretação, a letra, as recordações que traz...

"Trata-se de uma simples junção de letra com melodia. Por vezes apetece-me o poema, noutras somente a melodia. Talvez seja a opção a essência da perfeição."

3 comentários:

menina do sorriso disse...

abriga-me sempre, aconteça o que acontecer, e nunca perguntes porquê.

um abraço*

D.G. disse...

Coisas como "Não devia ser tão dado a filosofias baratas com metáforas manhosas e maioritariamente incompreensíveis" não são para voltar a acontecer nem no silêncio interior da tua cabeça...
Foi, para mim, o melhor post que alguma vez escreveste.

Gosto de ti como és.
Tal e qual.
Não mudes nunca nada que esbata o fundo do quadro bonito que és.

Anônimo disse...

Andava por aqui a passear, quando resolvi entrar para ver o que se passava...

É engraçado pensar que nunca tinha pensado nisto, ou melhor, nunca tinha pensado que eu era dono de um "guarda-chuva".
Alias, nunca tinha pensado que cada pessoa é dona de um "guarda-chuva". Nunca tinha pensado que todos os dias tento que as pessoas que vão no meu "guarda-chuva" não se molhem, mesmo que para isso implique que eu me molhe. Nunca tinha pensado que eu, enquanto tento que aqueles que vão no meu "guarda-chuva" não se molhem, sou constantemente abrigado por vários guarda-chuvas.


Eu sinto isto assim, desta forma...Só não percebo a razão de eu sentir que isto é assim. Não percebo a razão pela qual tenho mais do que um "guarda-chuva", ou melhor, mais que um dono de um "guarda-chuva" a tentar que eu não me molhe...

Apenas posso dizer que sou um sortudo do caraças...mas atenção: eu não acredito na sorte.

Saudações,
Pedro Alvares Cabral.